Boavista enfrenta pedido de encerramento apresentado por administradora de insolvência e credores

Boavista enfrenta pedido de encerramento apresentado por administradora de insolvência e credores

29/11/2025 0 Por Angelo Manuel Monteiro

O Boavista Futebol Clube poderá encerrar atividades, caso avance o pedido apresentado pela administradora de insolvência e pela comissão de credores junto do Tribunal de Comércio de Vila Nova de Gaia, devido a prejuízos continuados e aumento da dívida acumulada.

O pedido surge após o clube ter desistido de competir na última divisão distrital da Associação de Futebol do Porto, alegando que a participação geraria prejuízos adicionais para a massa insolvente. A liquidação do clube já tinha sido aprovada em setembro, quando os credores rejeitaram adiar por 30 dias a votação do plano de recuperação apresentado pela atual direção, liderada por Rui Garrido Pereira.

Em comunicado, a direção afirma que continuará a tomar “todas as medidas ao seu alcance para garantir o funcionamento regular do clube”, e alerta para as consequências gravosas de um eventual encerramento, que afetaria não apenas a instituição, mas também os cerca de dois mil jovens atletas que utilizam as instalações do clube. A direção reforça que “o modelo de gestão aplicado à liquidação de sociedades comerciais não se pode aplicar diretamente a clubes desportivos”.

O Boavista perdeu a equipa sénior masculina no verão e não chegou a disputar partidas no quarto escalão distrital. O clube enfrenta ainda seis restrições da FIFA à SAD, que limitam a inscrição de novos atletas. Atualmente, a SAD, liderada pelo senegalês Fary Faye, recorre a jogadores sub-19 para manter atividade mínima e tenta resolver os bloqueios impostos pela FIFA, alguns sem prazo definido.

O clube detém apenas 10% do capital social da SAD, responsável pela gestão do Estádio do Bessa. A direção pediu ao tribunal o cumprimento do protocolo existente ou, em alternativa, a libertação das instalações ocupadas pela SAD.

Em resposta, a SAD lamentou “os ataques sucessivos” da direção, acusando-a de fomentar um “clima de hostilidade” e de usar a sociedade como “bode expiatório” para os problemas do clube. A entidade assegura trabalhar diariamente para garantir o futuro do Boavista com “rigor e responsabilidade” e afirma que muitos adeptos “não se deixam manipular por cortinas de desinformação”.

Foto: Boavista FC