Cooperativa Árvore, no Porto, completa 60 anos

A Cooperativa Árvore, no Porto, completa 60 anos de atividade este domingo. As comemorações começam com um almoço de associados para celebrar a data e terminam em outubro com o lançamento de um novo livro sobre a história da cooperativa artística.

A Árvore foi fundada a 2 de abril de 1963 por artistas, escritores, arquitetos e intelectuais. Nasceu com o propósito de difundir a cultura, de forma livre e independente, em tempos em que a liberdade artística ainda não passava de uma ambição.

Foi uma instituição revolucionária para a época. Assumiu um papel fulcral contra o regime ditatorial que imperava na altura.

A Árvore da Modernidade

Em tempos cinzentos, a Árvore deu cor ao país. Conseguiu escapar à ronda de encerramentos de instituições artísticas e ajudou na partilha de informação que, à época, estava rigorosamente limitada.

Foram vários os episódios em que a cooperativa assumiu uma dinâmica contra o regime. A direção alugava salas para a realização de sessões de esclarecimento ideológico e debates. Além disso, a Árvore era conhecida por emprestar livros que estavam proibidos pelo regime.

Por assumir este papel, a instituição era sistematicamente controlada pela polícia política.

Ainda antes da Revolução dos Cravos, o cantor Zeca Afonso, autor revolucionário e vanguarda das canções de protesto, esteve presente numa sessão artística da cooperativa. A Polícia Internacional e de Defesa do Estado (PIDE) invadiu o espaço, identificou todos os presentes, levou alguns para interrogatório e obrigou ao término da reunião.